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terça-feira, 29 de maio de 2012

UM POUCO DE HISTORIA

História onde criatura e criadores se confundem. Criado na Alemanha de Hitler na década de 1930, o sedan surgiu através de anos de estudo do professor Ferdinand Porsche em seu improvisado escritório particular em casa. Boa parte do histórico do seu desenvolvimento, o tempo e a guerra apagaram, mas o que resta está em posse da matriz.
Foi uma mistura entre pesquisa engavetada e uma necessidade do governo alemão, e para tirar do papel a idéia, foi preciso que governo e empresários apostassem num projeto de carro popular. A necessidade era oferecer um modelo pequeno, econômico, robusto e fácil de produzir. Criou-se a estatal empresa automobilística Volkswagen, que em tradução livre significa “carro do povo”.
Foram feitos incansáveis testes e somente em 1936 foi lançado o clássico motor traseiro refrigerado a ar, com sistema elétrico de 6 volts e câmbio de 4 marchas. O primeiro modelo não tinha vidro traseiro, nem para-choque e as portas abriam ao contrário, no estilo “deixavê” como os conterrâneos DKW.
O nome Volkswagen - O batizado deste pequeno não aconteceu sem cerimônia. Um dos pais da criatura, Adolf Hitler, dizia que a indústria automobilista era prioridade em seu governo, portanto de cunho estratégico. O nome por ele sugerido era KDF Wagen (Kraft Durch Freude – “força através da alegria”). Mas ninguém gostava da sonoridade e viam problemas em vender o modelo com este nome para outros países.
Nesta época outros fabricantes estavam de olho no filão popular, como a Opel, já pertencente ao grupo GM. Eis que o presidente desta foi oferecer um modelo ao ditador e este responde “Carro do povo existe apenas um, o carro do povo (Volkswagen) Kfd”. Após o fim da guerra os ingleses mantiveram o estranho nome, com exceção da sigla KDF, tanto para o carro como para a fábrica. Curioso, já que tudo que vinha do nazismo foi abolido pelas tropas aliadas.
Participação na Guerra - O projeto de carro popular previa chassi e carroceria de montagem independente, o que facilitou o uso militar, trocando a carcaça. Desta época vieram os modelos anfíbio e jipe (leia mais). Durante estes anos suas unidades fabris foram dizimadas. Em 1945 termina a 2ª Guerra e a fábrica ficou no lado ocidental da Alemanha dividida. Os britânicos assumiram a frente da empresa, mas apenas em 1949 o Volkswagen Sedan volta a ser comercializado.
Pós-Guerra - Os britânicos bem que tentaram vender a fábrica em frangalhos para outras empresas. Teria dito certa vez Henry Ford que “isto” não era um automóvel e nunca daria certo. Mesmo assim, seguiu-se em frente. O veículo era o mesmo usado nos tempos de guerra, agora servindo a civis. A fábrica passou por mudanças administrativas e de produção, passando a oferecer 25.000 unidades ao ano, mantendo o mesmo motor de 1131cm³.
Para comercializar o pequeno foi feita parceria com a norte-americana Chrysler e suas revendedoras em todo o mundo. Lançou-se a versão conversível, Cabriolet, que teve papel importante, não em volume de vendas, mas em iniciar uma saudável parceria com a Karmann e ao quebrar com o paradigma de carro de guerra, dispondo de ares descontraídos e modernos.
Em 1950, aproveitando-se da versatilidade do pequeno, sobre seu chassi surge a perua Kombi. Nesse momento a Volkswagen se destacava como uma das principais indústrias automobilísticas da Alemanha, cuja parte de seu capital é estatal e parte aberto ao publico, e já tinha conquistado fãs ao redor do mundo e provado que “isto” era capaz de ser um carro popular e bem quisto.
Na metade dos anos 1950, o Beetle havia fincado o pé na terra do Tio Sam. Besouro foi o apelido dado ao carrinho, que graças a um serviço de assistência técnica exemplar e campanhas publicitárias certeiras, ajudaram a convencer o bairrista consumidor norte-americano.
O motor passa a ser de 1500cm³ em 1961 e dupla carburação no ano seguinte. O recorde em vendas é conquistado em 1972 com 15.007.034 unidades produzidas, ultrapassando o volume de produção do maior sucesso de Henry Ford, o modelo T.
Até o final dos anos 1960, o besouro reinava tranqüilo no segmento dos pequenos, mas a partir da virada para a década seguinte, em alguns lugares a concorrência começou a apertar. Em 1970, o modelo recebe suspensão dianteira McPherson. A matriz passa a investir em outros modelos para ganhar mercado e em 1978 deixa a linha de produção européia.
Fiel a sua proposta original da primeira a ultima unidade, foi produzido no México em 2003, que o ultimo exemplar do Volkswagen Sedan, como o conhecemos. O Brasil é sede da 3ª fábrica Volkswagen no mundo, mas passou a comercializar o pequeno apenas em 1959 (leia mais). Parou em 1986, retomou com iniciativa do governo em 1993 e parou nos anos seguintes. Hoje é possível comprar o New Beetle, mas este não é em nada o carro popular de seu ancestral.

(*) Imagens ilustrativas, fonte e fotos: internet.

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